Ritmo de inovação tecnológica em função da queda do preço da tecnologia:
(unidade de computação)
Antes (1972) 100 $
Depois (1996) 0,01 $
Internet:
1996 – 20 Milhões de utilizadores
2000 – 280 Milhões de utilizadores
A revolução tecnológica, iniciada pelos países industrializados, facilitou a globalização.
O desenvolvimento económico supõe cada vez mais o acesso à informação, ao saber e à tecnologia, pressupõe infra-estruturas, mas também níveis elevados de educação e qualificação e capacidades institucionais.
A revolução tecnológica tem-se processado num quadro apelidado de “fractura digital” Norte/Sul; se as TIC facilitam o acesso à informação por parte dos países do Sul, e portanto o acesso ao mercado global, estes países dispõem de uma capacidade limitada de transformar esse conhecimento em factor competitivo.
Impacto económico
• Liberalização do comércio internacional
• Expansão dos investimentos directos estrangeiros (IDE)
• Emergência de fluxos financeiros internacionais de grande envergadura: criação de um mercado financeiro global
Liberalização do comércio
População coberta pela liberalização do comércio internacional:
Antes (1977) 20% da população mundial
Depois (1997) 90% da população mundial
• Este aumento não beneficiou na mesma proporção todos os países ou grupos de países.
Mais beneficiados:
• Países industrializados da OCDE
• Número reduzido de países emergentes (China, Coreia,
Singapura, México, Malásia…)
Menos beneficiados:
Quem ganhou (e quem perdeu) com a Globalização ?
No mundo desenvolvido: regiões (sectores e empresas) com forte nível de inovação tecnológica e valor acrescentado que souberam « surfar » sobre a «sociedade do conhecimento »
No mundo em desenvolvimento: regiões com grande disponibilidade de mão-de-obra, baixos salários, excepcional dinamismo económico e que fizeram, nas últimas gerações, investimentos significativos em matéria de capital humano
• Constata-se, em geral, uma grande desigualdade no impacto da globalização tanto no interior dos países como entre os países.
Um balanço possível do impacto económico
No mundo desenvolvido rico em capital, competências, tecnologias: a globalização tem funcionado como um factor de acumulação de vantagens comparativas, mas também como factor de reforço das desigualdades.
No grupo restrito de países emergentes do mundo em desenvolvimento: factor de crescimento a curto prazo, mas também de vulnerabilidade e instabilidade.
No grupo dos países menos avançados: acumulam-se, em geral, as desvantagens, o que dificulta a sua participação na globalização e cria novas clivagens e dependências.
Pobreza: impacto difícil de avaliar
• Pobreza absoluta (menos de 1 dólar por dia) diminui nos últimos 10 anos, passando de 1,23 biliões de pessoas (1990) para 1,10 biliões (2000)
• Diminuição deve-se sobretudo ao decréscimo dos níveis de pobreza na China e na Índia (38% da população mundial)
• Na África Subsariana, na Europa de Leste e na América Latina a pobreza aumentou respectivamente de 82, 14 e 8 milhões de pessoas
• A globalização não induziu uma diminuição generalizada da pobreza apesar dos níveis acrescentados de produtividade
Dimensão social – desemprego
• Estima-se que o desemprego aumentou a nível global nos últimos 10 anos ascendendo em
• Aumento sobretudo na América Latina e no Sueste Asiático (crise financeira de 1997 que levou ao colapso dos chamados tigres asiáticos: Indonésia, Tailândia e Coreia)
• Aumento do desemprego aparece como uma consequência da vulnerabilidade dos países face à: volatilidade do capital financeiro, crises económicas e financeiras internacionais, deslocação da produção, diminuição do valor do trabalho não qualificado
Dimensão social – desigualdades
• A globalização acentua as desigualdades de distribuição da riqueza entre países e no interior dos países o diferencial entre os 20 países mais ricos e os 20 mais pobres cresceu significativamente (PIB per capita):
Mais pobres: 212 $ (antes) – 267 $ (depois)
Mais ricos: 11,000 $ (antes) – 32,000 $ (depois)
• No interior dos países, as desigualdades também cresceram:
Acentua-se a dispersão do leque salarial e a concentração da riqueza num grupo reduzido, detentor de um grande poder de influência nos EUA, em 2000, 1% da população com rendimentos mais elevados possuía 17% do rendimento bruto total acentua-se a clivagem entre as profissões qualificadas e os trabalhadores sem qualificação.