domingo, 18 de maio de 2008

Topicos

- Crescente interdependência de economias e sociedades, gerada pela progressiva liberalização do comércio internacional e pela integração dos mercados financeiros, e tornada possível pela rápida e ampla evolução e difusão das tecnologias de informação e comunicação (TIC).

Ritmo de inovação tecnológica em função da queda do preço da tecnologia:

(unidade de computação)
Antes (1972)
100 $

Depois (1996) 0,01 $

Internet:

1996 – 20 Milhões de utilizadores

2000 – 280 Milhões de utilizadores

A revolução tecnológica, iniciada pelos países industrializados, facilitou a globalização.

O desenvolvimento económico supõe cada vez mais o acesso à informação, ao saber e à tecnologia, pressupõe infra-estruturas, mas também níveis elevados de educação e qualificação e capacidades institucionais.

A revolução tecnológica tem-se processado num quadro apelidado de “fractura digital” Norte/Sul; se as TIC facilitam o acesso à informação por parte dos países do Sul, e portanto o acesso ao mercado global, estes países dispõem de uma capacidade limitada de transformar esse conhecimento em factor competitivo.

Impacto económico

Liberalização do comércio internacional

Expansão dos investimentos directos estrangeiros (IDE)

Emergência de fluxos financeiros internacionais de grande envergadura: criação de um mercado financeiro global

Liberalização do comércio

População coberta pela liberalização do comércio internacional:

Antes (1977) 20% da população mundial

Depois (1997) 90% da população mundial

• Este aumento não beneficiou na mesma proporção todos os países ou grupos de países.

Mais beneficiados:

• Países industrializados da OCDE

• Número reduzido de países emergentes (China, Coreia,

Singapura, México, Malásia…)

Menos beneficiados:

• Grande maioria dos países subdesenvolvidos.


Quem ganhou (e quem perdeu) com a Globalização ?

No mundo desenvolvido: regiões (sectores e empresas) com forte nível de inovação tecnológica e valor acrescentado que souberam « surfar » sobre a «sociedade do conhecimento »

No mundo em desenvolvimento: regiões com grande disponibilidade de mão-de-obra, baixos salários, excepcional dinamismo económico e que fizeram, nas últimas gerações, investimentos significativos em matéria de capital humano

• Constata-se, em geral, uma grande desigualdade no impacto da globalização tanto no interior dos países como entre os países.

Um balanço possível do impacto económico

No mundo desenvolvido rico em capital, competências, tecnologias: a globalização tem funcionado como um factor de acumulação de vantagens comparativas, mas também como factor de reforço das desigualdades.

No grupo restrito de países emergentes do mundo em desenvolvimento: factor de crescimento a curto prazo, mas também de vulnerabilidade e instabilidade.

No grupo dos países menos avançados: acumulam-se, em geral, as desvantagens, o que dificulta a sua participação na globalização e cria novas clivagens e dependências.

Pobreza: impacto difícil de avaliar

• Pobreza absoluta (menos de 1 dólar por dia) diminui nos últimos 10 anos, passando de 1,23 biliões de pessoas (1990) para 1,10 biliões (2000)

• Diminuição deve-se sobretudo ao decréscimo dos níveis de pobreza na China e na Índia (38% da população mundial)

• Na África Subsariana, na Europa de Leste e na América Latina a pobreza aumentou respectivamente de 82, 14 e 8 milhões de pessoas


• A globalização não induziu uma diminuição generalizada da pobreza apesar dos níveis acrescentados de produtividade

Dimensão social – desemprego

• Estima-se que o desemprego aumentou a nível global nos últimos 10 anos ascendendo em 2003 a 188 milhões de pessoas

• Aumento sobretudo na América Latina e no Sueste Asiático (crise financeira de 1997 que levou ao colapso dos chamados tigres asiáticos: Indonésia, Tailândia e Coreia)

• Aumento do desemprego aparece como uma consequência da vulnerabilidade dos países face à: volatilidade do capital financeiro, crises económicas e financeiras internacionais, deslocação da produção, diminuição do valor do trabalho não qualificado

Dimensão social – desigualdades

• A globalização acentua as desigualdades de distribuição da riqueza entre países e no interior dos países o diferencial entre os 20 países mais ricos e os 20 mais pobres cresceu significativamente (PIB per capita):

Mais pobres: 212 $ (antes) – 267 $ (depois)

Mais ricos: 11,000 $ (antes) – 32,000 $ (depois)

No interior dos países, as desigualdades também cresceram:

Acentua-se a dispersão do leque salarial e a concentração da riqueza num grupo reduzido, detentor de um grande poder de influência nos EUA, em 2000, 1% da população com rendimentos mais elevados possuía 17% do rendimento bruto total acentua-se a clivagem entre as profissões qualificadas e os trabalhadores sem qualificação.


Texto de Reflexão

Nos dias de hoje tem-se vindo a verificar que as culturas e costumes a nível mundial estão a ficar cada vez mais homogéneas. A este processo dá-se o nome de Globalização.

A globalização tem sido principalmente marcada pela expansão mundial de grandes empresas mundiais. A McDonald’s, por exemplo, possui mais de 18 mil restaurantes em 91 países. Outro aspecto significativo é a mudança no modo de produção das mercadorias. Hoje em dia, as multinacionais, auxiliadas pelas facilidades na comunicação e nos transportes, constroem as suas fábricas em qualquer lugar do mundo de acordo com os seus interesses económicos (mão de obra e matérias-primas mais baratas, vantagens fiscais, etc.). Este facto leva a que haja uma transferência de empregos dos países ricos - que possuem altos salários e inúmeros benefícios para os trabalhadores - para as nações industriais emergentes, como os Tigres Asiáticos. Assim, actualmente deparamo-nos com produtos sem uma nacionalidade definida. Por exemplo, um automóvel de marca norte-americana pode conter peças fabricadas no Japão, ter sido projectado na Alemanha, montado no Brasil e vendido no Canadá. Os países de todo o mundo estão cada vez mais interligados e dependentes uns dos outros, tanto que o que acontece num país tem impactos directos em todos os outros. Esses impactos podem ser positivos ou negativos. Para exemplificar um impacto negativo poder-se-á falar do aumento do risco de epidemia global. Há pessoas que estão constantemente a viajar de um ponto para o outro do país graças à mais facilidade em atravessar fronteiras, isso faz com que, no caso de surgir uma epidemia num dado país, ela se possa alastrar vertiginosamente por todo o mundo. Como impacto positivo poder-se-á referir que nos últimos tempos se tem observado uma rápida evolução e popularização das tecnologias da informação (computadores, telefones e televisão) o que tem sido fundamental para agilizar o comércio e as transacções financeiras entre os países. Por exemplo, em 1960, um cabo de telefone intercontinental conseguia transmitir 138 conversas ao mesmo tempo. Actualmente, com a invenção dos cabos de fibra óptica, esse número sobe para 1,5 milhões. Uma ligação telefónica internacional de 3 minutos, que custava cerca de US$ 200 em 1930, hoje em dia é feita por US$ 2. O número de usuários da Internet é de cerca de 50 milhões e tende a duplicar a cada ano, o que faz dela o meio de comunicação que mais cresce no mundo. E o maior uso dos satélites de comunicação permite que alguns canais de televisão sejam transmitidos simultaneamente em diversos lugares do globo. Tudo isso permite uma integração mundial sem precedentes. Assim, os desdobramentos da globalização têm vindo a ultrapassar os limites da economia e começam a provocar uma certa homogeneização a todos os níveis em todo o mundo.

Em suma, antigamente a globalização resumia-se apenas a pequenas trocas comerciais mas, hoje em dia, a globalização é um processo muito vasto que representa as influências que os países têm uns sob os outros, sendo essas influências a nível social e político.